15.12.07

nãosaber

Eu não sei seu nome. Não conheço as linhas do teu rosto.
Nunca ouvi o teu grito nem o teu sussurro.
Eu não conheço a textura da tua pele. Não sei que músicas cantas no banho.
Não sei que horas acorda, não sei o que te faz sonhar.
O que te enlouquece. Não conheço as entrelinhas dos seus prazeres.
seus desprazeres. Desconheço-os todos.
Não conheço teu cheiro, a cor dos teus cabelos.
Se eles se enrolam ou se apenas caem em linhas sem ondas.
Não sei ler as linhas da tua mão, não conheço o teu destino.
Não sei teus sonhos de cor, não enxergo as mesmas cores que você.
Poderia passar dias a me perguntar para onde leva o seu horizonte, que jamais saberia responder. Tampouco sei para onde apontam suas vontades.
Não sei como você está, se meu rosto já se cruzou com o seu numa dessas avenidas.
se o meu olhar refletiu o seu sem saber, se nos esbarramos no vai não vem dessa vida sem propopósito.


Mas sinto-te em cada nota que o som emite, sinto-te em cada letra que eu escrevo.
E espero. E como espero.