29.11.07

Ápice

Pessoas, que se interpenetram tais quais as palavras, que só atingem o ápice quando afogadas em sentimento, quando fora de qualquer lógica, quando o que se escreve se perfaz em emoção nua e pura. Não a pureza inocente, a pureza bruta e em tons de cinza que eu hesito em conhecer.

Ó, meu bem. Me pergunto o que pra ti é pertencer, dizes que se prende por opção, chamas de amor a posse. A falsa liberdade, que lhe pondera e lhe comede, que tu chamas de amor. Ora, se o amor é posse, esqueça-se livre, pense em ti como prisioneira das más interpretações.

O desapego lembra desalento e abandono, talvez por isso fujas tanto. Eu falo em abandono e vejo tuas lágrimas caírem, você diz nao saber o porquê. Ó, querida. Eu sei.

Digo-te que o mundo gira pela dor e pela melancolia, o amor, meu bem, é segundo plano. Tua pele, ao queimar em febre, pede pela dor que está a chegar! A única explicação para que os indíviduos busquem a posse como amor é mesmo o gosto pela dor, pelo sofrimento.

Somos animais, inconsequentes, loucos, embora tentemos nos racionalizar mais a cada instante, no extase e no ódio somos animais os instintos que nos ferem a pele de tão selvagens, afloram, tão humanos somos nós nesses tempos, ó vida sem nenhum tipo de máscara, uma felicidade bêbada e inconsequente - amar, pra quê?

Encontro meu caminho perante meus instintos.
Tenho tido medo da sua moral mal-regida, meu bem.