26.11.07

Fincar os pés no chão.

quando eu era menor, meu sonho era ser bailarina.
mas as cortinas não se abriram pra mim
e eu dancei durante anos com as cortinas fechadas,
se elas se abrissem, eu despencaria.

desisti. troquei o palco dos teatros pela minha própria vida,
e desde então venho dançando, esperando que as cortinas jamais se abram.
eu iria sufocar com tantos flashes de exposição.
não há bastante masoquismo em mim para sorrir enquanto meus pés se desintegram...
Não é de minha índole falar do que nao sei, por isso me calo, enquanto espero.

e eu, a que espero?
espero um desproposito qualquer, enfiada debaixo de tuas cobertas, seja lá quem você seja, numa noite morna de setembro, depois do ápice da minha noite fugaz.
espero. meus sonhos amadureceram, enquanto eu.. eu continuo a mesma.