Malfadados fins, sempre sós.
Ainda que reze para que o fim chegue,
O que se espera é o início. Novos e novos inícios.
Ninguém compreende a sutil beleza de um fim,
aprender a interpretar olhares de despedida
comover-se com a melancolia de tentativas de novos inícios afogadas de álcool em noites sem cor.
Ninguém enxerga o valor da desilusão.
Os fins levam tudo embora, até dores mal-cuidadas,
até amores mal-curados.
Findam o silêncio e a música, findam a paixão e o desespero.
Quando agoniar-se, inquietar-se, quando tentares dormir em vão, quando sentir as lágrimas brotando por vontade própria dos teus olhos, quase afogados de tantas lágrimas, quando sentir o gosto amargo do desespero,
Absorva o fim, toque-o, aproveite-o, sinta-o com as mãos, trate-o bem como merece!
Amanhã, jogarei as mãos aos céus e agradecerei ao fim por levar tudo embora num átimo de segundo - sem nem tempo pra lembrar. Sorrir, rir, gargalhar. Anestesiada pelo fim.
31.12.07
Sobre os fins.
Postado por Manuela às 02:53
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