13.5.08

Ensaio sobre a preguiça

Tem bilhões de pessoas no mundo. Os baianos particularmente têm fama de não fazer nada. Eu no caso abrangeria esse conceito ao Brasil inteiro. A preguiça não é só física. É intelectual.
Mas eu me pergunto: Fulano ganha o mesmo que Beltrano, e trabalha na mesma empresa que Beltrano, e trabalha 10x mais. Por quê? Porque Fulano não consegue ver nada errado e ficar quieto. Porque Fulano é inquieto e perfeccionista, porque quer que tudo dê certo, porque acaba assumindo o trabalho de toda aquela maioria que não quer nada. Beltrano, porque sabe da existência de Fulano, trabalha menos ainda, já que tem garantia de que todo o trabalho seja feito. E nem que ele quisesse trabalhar, talvez Fulano não permitisse. Nenhum trabalho é tão bem feito como aquele em que Fulano está envolvido. Os Fulanos sustentam o mundo, enquanto os Beltranos usufruem do resutaldo. Vendo por essa lógica, os Fulanos são os explorados, são os burros, são os que sofrem, são os que perdem a vida a estudar e trabalhar para sustentar a vagabundice alheia.
Fulanos são frustrados e fulanos não gostam de perder. Fulanos não se vêem no direito de ter preguiça, de falhar, de pôr tudo a perder. Livrai-me então (se ainda der tempo) de ser um deles.