7.2.08

transfiguração.

tá, os acontecimentos me obrigam a levar uma vida pacata e normal. (normal? jamais, né)
não que eu não goste de ler livros e passar um dia inteiro vendo filmes.
não que eu não queira estudar pra pensar no meu futuro, ou que eu deteste ficar em casa.
Não, mas é uma delícia o carnaval, sabe. Não o carnaval, o feriado, mas a euforia.
É bom saber que no outro dia, quando você acordar, vai dançar, entrar em êxtase, pular, fazer tudo que chamam de errado, divertir-se e esgotar-se fisicamente de tantos sorrisos.

Mas há as regras, as morais, os problemas. Era a ordem, era a prova, era o estudo, o uniforme, o futuro. Só um lado do mundo, afinal. E vou me entregar de corpo e alma a esse lado do mundo.

Às delícias das letras. Escrever como nunca, ler, ler, ler, comprar uma biblioteca só pra mim e fazer simulado de vestibular em plena quarta feira de cinzas, quando só restam as cinzas da felicidade de ontem.


Quando eu tiver em São Paulo, só, livre e responsável, tendo que lavar minhas próprias louças, eu me dou tempo para essas coisas.

Largo de mão a intensidade clichê das festas atuais. Não porque eu não goste. Mas porque não preciso delas, não posso com elas. Agora.. shows de mpb, livros, filmes, cozinhar nos fins de semana, fazer curso de espanhol, francês, italiano, estudar pro vestibular. Ler dotoiévski. Dormir cedo. Aprender fotografia. Trocar um aniversário e o dinheiro gasto no presente por um livro novo. Ver novela (oh, god). Discutir a fotografia do filme novo que saiu no circuito sala de arte. Trocar o álcool pela água mineral, pelo café quentinho. Andar de bicicleta na orla (eu não sei andar de bicicleta). Trocar os homens pelas letras. E etc eterno. Levar uma vida pacata.

Menos agitada, mas não menos agradável. Boa sorte para mim.