12.1.08

exaurir-me só, sem sons.

Hoje acordei com o silêncio.
Absorvi o silêncio. E compreendi.
Fechar-me em mim, em meus próprios silêncios, é esta a solução.
permitir-me não contar. permitir-me não confiar, não expressar.

Sei que contrario meus princípios com isso.
Mas não há nada de tão mal em me exilar em mim.
Preciso mesmo de um tempo longe, vou cortar a minha vida social pela metade.
Tudo perfeitamente regrado, ninguém faz nada fora do clichê. Cansa.

Não espere de ninguém sinceridade, não pode haver nada de tão mal na insinceridade, aliás há uma beleza sutil na imperceptibilidade da linha que separa verdade e mentira, amor e tédio. contrastes me entorpecem.

agora é aceitar o mal como parte inamputável de mim, é compreender a imperfeição e amá-la, é me apaixonar pelos meus atos mais detestáveis. e sorrir.

Não há nada lá fora que não possa haver aqui dentro. De novo e sempre.
Mas para voltar-me ao centro, eu preciso me calar. não há outro jeito.
não me peça pra lhe contar como foi bom naquela vez.
absorva meu silêncio. interprete-o. sem mais perguntas.