21.1.08

involuir

estou assustada, não consigo aceitar tanto preconceito.
Por quê?
Não é amor, de qualquer jeito? Não cantavam todos, na adolescência,
"consideramos justa toda forma de amor"? E "somos todos iguais, braços dados ou não"?
Acho que as pessoas, ao crescer, ao "amadurecer", tendem a perder a noção de tudo! A esquecer de suas próprias experiências, em prol de uma moral que ninguém sabe quem ditou.
Amor não é doença. Não é pústula qualquer que sai com o tempo.
Não há remédio pro amor, e se alguém reprimir, ele só faz aumentar.
Não te lembras daquelas mulheres de antes, as de família rica, e seus amores proibidos, não te lembras de Romeu e Julieta? Não ouvistes historinhas o suficiente?! Já conheces o final desta história!

Eu sempre duvidei do amor, mas hoje enxergo claramente que ele existe, mesmo que efêmero, é um sentimento, e sentimentos não são perenes ou estáveis, não há nada mais incostante do que o plano das emoções, e pra um sentimento durar ele precisa ser alimentado. Ou por pensamentos próprios, por atitudes alheias, ou por, quem diria, repressão. Reprimir o amor só o faz aumentar e aumentar.

Eu sei que hoje observo de longe, mas sempre tive opinião formada e continuarei tendo, amor, amor, sexo à parte, o amor é livre, sentimento não se escolhe, esqueçam todos este preconceito arcaico e sem embasamento, ninguém, eu repito, ninguém vai chegar a lugar algum com isso.

Qualquer pessoa, lei ou sentimento que reprima o mais sincero desejo de alguém, desde que esse desejo não prejudique ninguém, é no mínimo um símbolo da mais pura crueldade. E deve ser extinto.

E eu, enquanto puder, vou ser contra estes atos cruéis, vou ajudar qualquer um que reprimido esteja e defenderei pra sempre o direito das pessoas sentirem ou expressarem o que sentem se esta for sua vontade. E não há moral mal-regida nenhuma que vá me parar.

Posso soar idealista demais, ou clichê, mas é que essas palavras transbordam sentimento, elas são reais demais em mim, não estou olhando estética alguma, isto é o mais puro desabafo.

E se por acaso, com os anos, eu me torne assim desse jeito, sem amor, seca, sem cor, sem sonhos, repressora de desejos alheios, cruel em meu íntimo, e tudo isso que eu enxerguei hoje à noite, eu, novamente, daria infimamente tudo para parar aqui.

como disse em um outro texto outra vez, "se com o tempo involuímos, daria infimamente tudo para parar aqui". Ou voltar...